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João Bruno Videira

14 de Setembro a 26 de Outubro

Curadoria

Filipa Belo

Design

Viviana Mesquita

Fotografia

Pedro Rosa

Obras

RAÍZES

ESCULTURA EM LÃ (2024)
LÃ DE ARRAIOLOS, ARAME E RAIZ DE CEDRO

A recuperação de uma raíz de cedro já sem vida e o toque e suavidade da lã, transformam esta peça num símbolo poético que nos remete para a forma como estamos intrinsecamente ligados às nossas raízes. Ao contemplar esta obra, somos convidados a refletir sobre a vida e os nossos vínculos com o passado. Tal como uma raíz encontra a sua base na terra, também nós procuramos a nossa própria base, a nossa identidade. A lã que dá forma e vida a esta escultura representa os fios invisíveis que nos prendem às nossas próprias histórias, enquanto a raíz de cedro nos remete para a solidez e força dessa origem. Em última análise, esta peça convida-nos a explorar as nossas próprias origens e ligações. É uma forma de nos lembrar que independentemente de onde a vida nos leve, as nossas raízes estarão sempre lá, a sustentar-nos e a recordar-nos de quem somos e de onde viemos.

EROSÃO

ESCULTURA EM LÃ (2024)
LÃ DE ARRAIOLOS E ARAME

Nesta escultura, a lã deixa perceber aquela que seria a forma inicial da pedra, revelando ao mesmo tempo aquele que é o trabalho silencioso da natureza. Assim como um escultor que pacientemente molda a matéria bruta, a ação do tempo, do vento e da água esculpe a pedra, desenhando nela marcas e contornos únicos.
A peça Erosão captura esse diálogo subtil entre a força e delicadeza. A lã, com sua suavidade, ilustra as curvas e as texturas esculpidas ao longo dos anos, como se a própria natureza fosse um artista meticuloso. Cada camada, cada fio conta uma história de transformação, onde a pedra, embora dura, cede à ação do tempo e da natureza.. 

CORAÇÃO

ESCULTURA EM LÃ (2024)
LÃ DE ARRAIOLOS E MADEIRA

A vida é uma dádiva da natureza. Tal como este ramo de eucalipto que conheceu uma nova vida construída com fios de lã. Cada fio conta a história que nos leva a refletir sobre a fragilidade e a preciosidade da nossa existência na Terra. Num encontro entre tacto e emoção, esta obra sublinha o presente da vida e a ligação que partilhamos com o mundo à nossa volta. Este coração é mais do que uma simples representação física do orgão que simboliza a vida. É uma peça que transcende a sua forma material e que nos leva a pensar sobre como nos relacionamos com os outros e com o meio onde nos inserimos. É um coração que nos detém e nos toca a alma. Porque é desta forma que nos sentimos vivos e ligados uns aos outros. Ao contemplarmos esta obra, reforçamos os laços que criamos com os outros, laços que resistem ao tempo e que nos lembram que somos uma complexa teia de relações à qual estamos invariavelmente ligados.

AZUL

ESCULTURA EM LÃ (2024)
LÃ DE ARRAIOLOS, ARAME E MADEIRA

Um material simples torna-se numa metáfora da delicadeza da natureza e da necessidade da sua preservação. Cada fio cuidadosamente entrelaçado reflecte não apenas a paciência do artista, mas também a perseverança necessária para cultivar e preservar as árvores ao longo do tempo. A escultura Azul que resulta da recuperação de um ramo de árvore já sem vida a que o autor acrescenta um toque de lã, adquire assim um significado simbólico mais profundo, convidando o observador a refletir sobre a interconexão entre arte, natureza e a responsabilidade ambiental. O amor pelas árvores, que percorre cada contorno desta escultura, transcende uma simples apreciação estética. É um apelo à consciência ecológica, uma recordação de que as árvores não são apenas elementos da paisagem, mas seres vitais que sustentam a vida na Terra. Esta escultura, esta árvore de lã é uma testemunha silenciosa da grandeza arbórea e destaca-se como um monumento de respeito pela natureza, ao mesmo tempo que nos impele a agir pela preservação do nosso meio ambiente