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18 de Janeiro a 28 de Fevereiro de 2025
Curadoria
Sandra Birman
Design
Pais de França
Fotografia
ATME Photo
Exposição Coletiva com 8 artistas
A galeria Castra Leuca Arte Contemporânea está localizada em Castelo Branco, uma cidade na região da Beira Baixa, no interior de Portugal. Em contraste com a impressão frequentemente associada às grandes cidades litorâneas, onde muitas vezes se apresenta uma suposta essência cultural portuguesa que pode ser considerada superficial, a verdadeira autenticidade de Portugal reside em áreas mais distantes dos núcleos urbanos. É no interior do país, longe das grandes metrópoles, que a cultura profunda e suas tradições são preservadas de maneira mais genuína. De maneira similar, na era digital e das redes sociais, muitas pessoas parecem viver num estado de felicidade constante, sem altos e baixos.
Entretanto, tais emoções podem ser ilusórias. Para descobrir sentimentos autênticos e conhecer verdadeiramente as pessoas, é necessário explorar os seus mundos internos.
A partir dessa dualidade e analogia, surgiu o tema INTERIOR INFINITO. Este conceito pode ser abordado tanto pelo prisma do interior regional quanto pelo interior pessoal e sua infinita interação com o espaço que ocupam no mundo. O termo “interior”, derivado do latim internus, significa “de dentro”.
No contexto desta exposição, refere-se tanto ao espaço interno – um reflexo da personalidade individual – quanto ao espaço geográfico e cultural.
Explorar essa relação por meio da arte apresenta uma investigação rica e multifacetada, conectando o interior do artista com o espaço externo em suas diversas dimensões. Artistas como Rachel Whiteread – que através de seus moldes arquitetónicos – transforma o espaço físico no reflexo do vazio, ausência e memória que habitam seu interior, ou Giorgio de Chirico, com suas paisagens metafísicas – que sugerem uma introspecção filosófica do espaço e do tempo – são exemplos que nos conduzem por essas intersecções.
A escolha da data de abertura e do número dos artistas, não é foi de cunho arbitrário. O número 8, quando deitado, forma o símbolo do infinito, um conceito que permeia toda a exposição. O infinito aqui representa a natureza contínua e ilimitada da exploração do interior, seja ele o interior pessoal – com suas camadas de emoções e experiências – ou o espaço geográfico, que se estende e se transforma sem um ponto final.
A exposição Interior Infinito exibirá obras de 8 artistas nacionais e internacionais, como Daniela Reis (Portugal), Elsa Rebelo (Portugal), Jarek Mankiewicz (Polónia), Marco Estrella (Brasil), Nikos Iosif (Grécia), Patricia Borges (Brasil), Pedro Besugo (Portugal), Sandra Birman (Brasil).
A interação entre a dimensão interna de cada artista presente na exposição, e o interior de um espaço específico, nos transporta para uma infinidade de possibilidades, onde a convergência de visões pessoais para uma visão coletiva, amplia nossa compreensão de uma realidade artistica em constante expansão. Nesse encontro entre o subjetivo e territorial, a arte nos convida a explorar ambientes desconhecidos, tanto dentro de nós mesmos quanto no mundo ao nosso redor. Infinitamente.
Obras
Daniela Reis – Portugal
Apela-se ao eu desconhecido – o Grande Desconhecido, o fundo do espelho, a Górgona – reprimido e silenciado para que possa acompanhar a atual suspensão voluntária da descrença. O sacrifício da textura do Ser a que Merleau-Ponty se refere, para manter o equilíbrio e a consistência (e não a substância) das coisas. Renascemos diariamente, numa brisa fresca que nos afaga as pestanas, num raio de sol que se infiltra pelas cortinas, num riso contagiante de crianças a brincar.
A arte é uma brecha, ela abre um espaço para que possamos entrar em contato com a verdadeira textura do ser. Vivemos apagados, constrangidos pelas regras da sociedade, pelas circunstâncias avassaladoras de nossas vidas diárias. Ela revela o abismo, o fim do espelho e as múltiplas possibilidades e conexões
O PODER GRAVITACIONAL — 2023
Óleo sobre tela – 191×121cm
LUZ – 2024
Óleo sobre tela e tecido – 88×75cm
Elsa Rebelo – Portugal
Misturo-me com as matérias num contacto muito directo e sensorial criando um vinculo enigmático com a obra que nasce. Na pintura diluo-me com os pigmentos de cor, e depois da transmutação alquímica do fogo, são reveladas as cores e brilhos finais. O resultado que se manifesta é consequência e reflexo de outra realidade não perceptível.
GUERREIRAS — 2023/2024
Cerâmica vidrada – 40×40 cm
JARDINS INTERIORES — 2024
Cerâmica vidrada – 34×25 cm/38×32cm/38×36 cm
Jarek Mankiewicz – Polónia
Composição inspirada em detalhes da arquitetura portuguesa (Azulejos de Santarém, Panteão de Lisboa).
Tinta acrílica é misturada com meio de glaze, o que a torna translúcida. Camadas planas se sobrepõem e criam estruturas mais complexas.
O UNIVERSO — 2024
Acrílica sobre tela – 120×80cm
KOSMOS 2 — 2024
Acrílica, 100×81cm
Marco Estrella – Brasil
A cor é fator preponderante, o período que elas podem ser tiradas é curto, sempre entre o final do pôr-do-sol e o início da noite. Ao mesmo tempo que simples é uma série produzida lentamente, com cuidado, muita observação e poucas fotos. Lusco-Fusco desafiador para o entendimento da nossa visão, belo, colorido, luzes com um tom alaranjado, céu azul, natureza e monumentos históricos na penumbra ou às vezes como uma mera silhueta.
LUSCO-FUSCO — 2023
Fotografia digital – Impressão em papel hanhmuhle
Fine Art – 47×62cm
Nikos Iosif – Grécia
Cada pedaço de tecido reutilizado cria uma tapeçaria complexa que incorpora a continuidade da tradição. O tecido ganha um novo fôlego, uma beleza duradoura e revive o caráter cíclico da vida.
FAMILY POOL — 2024
Tecidos para estofamento, têxteis e tecidos – 100×100cm
THREE TREE BOYS — 2023
Tecidos para estofamento, tecidos de malha – 100×120cm
BOYS IN THE LAKE — 2023
Tecidos para estofamento, têxteis e tecidos – 130×100cm
Patricia Borges – Brasil
Misturo-me com as matérias num contacto muito directo e sensorial criando um vinculo enigmático com a obra que nasce. Na pintura diluo-me com os pigmentos de cor, e depois da transmutação alquímica do fogo, são reveladas as cores e brilhos finais. O resultado que se manifesta é consequência e reflexo de outra realidade não perceptível.
ME, MYSELF AND AI — 2023
Impressão digital sobre chapa de alumínio e acrílico –
280×15,5×4cm (total de 18 peças)
Pedro Besugo – Portugal
Sobreposição de madeira, cartão e balsa, com recortes geométricos, combinando círculos com a combinação de outras formas poligonais, criando padrões visivelmente ritmados.
CIRCONFERÊNCIA DE ARQUIMEDES, CÍRCULO DE EUCLIDES, DIÂMETRO
DÓRICO, RODA DE HELIOS, ARCO OLÍMPICO, COMPASSO CORÍNTIO — 2024
Técnica Mista Sobre Contraplacado – 29×29×3,5cm
Sandra Birman – Brasil
Em meio ao oceano, uma ilha partida se ergue, como uma testemunha do que foi inteiro. Suas metades se olham, separadas por uma fina linha, onde correntes sussurram memórias e mistérios. Ali, entre rochedos partidos e raízes expostas, a ilha é um corpo que se revela fraturado e ainda assim unido, com forças invisíveis que a mantêm suspensa na dança eterna do distanciamento e da atração. Na separação, ela encontra seu próprio eco; na brecha vazia, ela se torna território de possibilidades.